(Postado originariamente no Facebook, no dia 21 de junho de 2016)
Escolas com paredes e tetos esburacados, alunos desmotivados
pela falta de condições, outros que fazem dessa ausência a motivação para
prosseguirem na luta, professores abnegados que embrulham no celofane do “não
faz mal” até os baixíssimos salários e nem por isso desistem da missão e com
todas as dificuldades buscam se qualificar e encarar o sacerdócio para que
nasceram. Registros também das raramente bem equipadas escolas e daqueles que
estão no magistério por um acidente e com
postura pretensamente ideológica (partidária, isto sim), vão na contramão do
processo de ensino/aprendizagem, enodoam a categoria e frustram seus alunos.
Esses professores, penso eu, quando expelidos do magistério vão certamente
ocupar sinecuras nos ineficazes gabinetes acarpetados, conferindo os dias e as
horas para a tão sonhada aposentadoria.
Esse é o mosaico apresentado por Tiese Teixeira Júnior,
historiador, pesquisador e professor da rede pública de ensino, em sua singela
e emblemática obra “Escolas da Amazônia – Memórias”, Editora Paka-Tatu. Para
mim, mais fotografias verbais que memórias, especialmente para quem conhece a
realidade do interior do Brasil.
O autor, que é Mestre em Dinâmicas
Territoriais e Sociedade na Amazônia PDTSA/UFPA e doutorando em Ciência
Sócioambiental, NAEA/UFPA, presenteou-me com um exemplar do livro que “devorei”
numa viagem em que percorria uma realidade totalmente oposta àquela que eu lia na obra de
Tiese, que também escreveu Estudos Amazônicos: Ensino Fundamental, Pelas
Margens do Pará e Estudos Amazônicos: Ensino Médio.
As fotografias verbais que Tiese
desvela , com a simplicidade dos sábios e a convicção dos experimentados na
Vida, são candentes. Uma leitura necessária para quem quer conhecer o dia
a dia da educação nos grotões do Brasil.