sexta-feira, novembro 25

MEMÓRIAS OU FOTOGRAFIAS?


(Postado originariamente no Facebook, no dia 21 de junho de 2016)




Escolas com paredes e tetos esburacados, alunos desmotivados pela falta de condições, outros que fazem dessa ausência a motivação para prosseguirem na luta, professores abnegados que embrulham no celofane do “não faz mal” até os baixíssimos salários e nem por isso desistem da missão e com todas as dificuldades buscam se qualificar e encarar o sacerdócio para que nasceram. Registros também das raramente bem equipadas escolas e daqueles que estão no magistério por um acidente e com postura pretensamente ideológica (partidária, isto sim), vão na contramão do processo de ensino/aprendizagem, enodoam a categoria e frustram seus alunos. Esses professores, penso eu, quando expelidos do magistério vão certamente ocupar sinecuras nos ineficazes gabinetes acarpetados, conferindo os dias e as horas para a tão sonhada aposentadoria.


Esse é o mosaico apresentado por Tiese Teixeira Júnior, historiador, pesquisador e professor da rede pública de ensino, em sua singela e emblemática obra “Escolas da Amazônia – Memórias”, Editora Paka-Tatu. Para mim, mais fotografias verbais que memórias, especialmente para quem conhece a realidade do interior do Brasil.

O autor, que é Mestre em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia PDTSA/UFPA e doutorando em Ciência Sócioambiental, NAEA/UFPA, presenteou-me com um exemplar do livro que “devorei” numa viagem em que percorria uma realidade totalmente oposta àquela que eu lia na obra de Tiese, que também escreveu Estudos Amazônicos: Ensino Fundamental, Pelas Margens do Pará e Estudos Amazônicos: Ensino Médio.
As fotografias verbais que Tiese desvela , com a simplicidade dos sábios e a convicção dos experimentados na Vida, são candentes. Uma leitura necessária para quem quer conhecer o dia a dia da educação nos grotões do Brasil.