segunda-feira, abril 18

AINDA SOBRE PEDÁGIOS ELETRÔNICOS

O post do dia 13, “Pedágio justo, rápido e fácil” gerou uma série de interações, como o comentário do meu amigo Adelino Torres, no próprio Blog e a manifestação via e-mail do meu amigo e irmão, Roger da Silva.
O Adelino, animador de tertúlias na minha casa com a sua bela voz, coloca que há muita coisa a ser implantada no Brasil para facilitar a vida dos brasileiros, a começar por projetos institucionais que ofereçam aos brasileiros o mínimo de dignidade em todos os segmentos. O problema, diz o Adelino, é que dentro do próprio governo sempre aparecem os que se acham no direito de usufruir daquilo que é de direito da população, daí decorrendo desvios de recursos públicos e superfaturamento em licitações. “Enquanto estas coisas continuarem acontecendo, ninguém for preso e tiver seus bens confiscados”, ele prossegue, referindo-se acredito, ao tema do post anterior, “seria como trocar 6 por meia dúzia”.
Assino em baixo de suas críticas, Adelino. Não só como cidadão, mas também como auditor do TCU, que em sua atuação profissional realiza a apuração de fatos como os mencionados por você.
Essa realidade não afasta a colocação em pauta dos sistemas de cobrança de pedágios. Até porque, aquele que comentei vai ao encontro, ou seja, no mesmo sentido, de uma necessidade do cidadão brasileiro. O sistema ordinariamente adotado no Brasil, baseado apenas no tipo de veículo, prejudica muito o cidadão, mediante a elevação dos custos de transporte de mercadorias e dá mais margem para a corrupção, além de lucros indevidos para as empresas concessionárias. Além desses aspectos, quem já dirigiu em rodovias como a Dutra, que liga o Rio a São Paulo e outras do mesmo porte, sabe o quanto é estressante, o atual sistema de cobrança de pedágios, especialmente nos dias de maior fluxo de tráfego.
O Roger diz que o sistema por mim descrito realmente é muito interessante. A tecnologocia utilizada, diz ele, é o RFID uma tecnologia nova que visa substituir o código de barra. E informa que hoje, já há várias aplicações para o uso dessa tecnologia, embora o custo inviabilize, muitas vezes a sua utilização. Exemplifica com o uso no Aeroporto de Londres, de identificadores que usam essa tecnologia, que são afixados em cada uma das malas que por ali transitam. Os milhões de libras esterlinas pagos pelo extravio de bagagem foram reduzidos a zero, informa o Roger, que também acrescenta “Aqui no Brasil, em São Paulo, mas não me pergunte em quais estradas, já existe este tipo de tecnologia. Por sinal, quando o carro é identificado, a cancela levanta automaticamente. E no final do mês recebe-se a conta pra pagar, como qualquer outra que temos. Mas não há em todas as pistas, somente nas da direita, exclusivas para quem é assinante. Inclusive em algumas reportagens de congestionamento aparecem sempre duas pistas indo bem mais rápido”.
As informações do Roger me deixaram curioso e, mesmo estando com meu tempo muito limitado, resolvi pesquisar sobre o assunto, louvando-me no Dr. Google. O resultado foi proveitoso. Muitos sites com informações sobre pedágio e suas formas de cobrança, tanto no Brasil como no exterior. Dentre eles, destaco intitulado “Rodovias Pedagiadas: experiência de interoperabilidade no Brasil.
A leitura do texto permite concluir que os mais avançados sistemas de cobrança de pedágio adotado no Brasil são o smart-card e o de etiquetas eletrônicas ou tags. Pelo primeiro, ainda há necessidade de parada. Mas o segundo proporciona o passe livre. Os equipamentos adequados já estão instalados em 148 praças de pedágio, cobrindo uma extensão de mais de 4.000 km. Entretanto, ressaltam os autores do texto, a malha está dividida em quatro sistemas, que não operam em conjunto. “Esta falta de interoperabilidade impede que o pagamento seja realizado com somente um transponder em todas as praças de pedágio preparadas para cobrança sem necessidade de parada”. O tema da interoperabilidade é interessante. A quem se interessar sobre o assunto, segue o link: http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/art_cybis16.pdf.
*Jornalista e advogado.
E-mail: octavio.pessoa.ferreira@gmail.com
Twitter: http://twitter.com/#!/OCTAVIOPESSOAF

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