segunda-feira, setembro 10

O LOCAL E A SAMAUMEIRA. JORGE ANDRADE ENTRA EM CENA




            A Comissão Organizadora do “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças”, evento da Amazônia, reuniu-se extraordinariamente, na terça-feira passada, para discutir alternativas de local, para a realização do evento, ante a inviabilidade de se dar, no entorno da samaumeira, do Hangar Centro de Convenções da Amazônia, que era a ideia original. Mesmo com toda boa vontade da Coordenadora da Feira Panamazônica do Livro, Dra. Andressa Malcher, ficou patente a impossibilidade do evento acontecer naquele local, ante logística exigida, para a realização da Feira.

            Por ser o “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças” uma realização em que deve prevalecer o máximo de espontaneidade, devendo se dar em local aberto, para proporcionar o máximo de interatividade com o público, a Comissão achou adequado buscar espaços alternativos, como o Anfiteatro São Pedro Nolasco e o Anfiteatro do Gasômetro, no Parque da Residência. Requerimentos já foram encaminhados à Organização Pará 2000, entidade mantenedora da Estação das Docas, onde fica o São Pedro Nolasco  e à Secretaria de Cultura, Secult, a que está vinculada a Estação Gasômetro.

            Mas a samaumeira continuará sendo o nosso símbolo, ante o significado emblemático que ela tem para nós e para a Amazônia.

            A reunião extraordinária foi enriquecida com a presença do poeta, escritor, letrista, cronista, professor, Jorge Andrade, que por motivos profissionais não comparecera ainda, às runiões. Uma pena que o poeta e escritor Daniel Leite não tenha podido comparecer à reunião, também por motivos profissionais. Se ele estivesse presente mais interessante ainda, teria sido a reunião da Comissão Orgnizadora. Na próxima, que será na quinta-feira, dia 13, certamente Andrade e Leite estarão presentes e aí, a Comissão estará completa.

            Na parte informal, após a discussão da pauta da noite, ofertei ao Jorge, um exemplar do meu livro, “Causos Amazônicos”, como faço com todos que vem pela primeira vez à minha casa. No bate papo que se seguiu, li umas duas ou três crônicas, para os presentes. No dia seguinte, tive a grata satisfação de receber um e-mail do Jorge, com o este  comentário, que eu compartilho agora, com você:

Juraci Siqueira, Benny Franklin e Jorge Andrade
“Salva, Octavio, um nome realmente incomum, pois tem ascendância a uma grafia portuguesa, com um "c" mudo mas quem sabe lá em Lisboa ou adjacencias talvez da boca de algum patrício possa se ouvir, e tem a tônica mas não é acentuado: coisa de português mesmo!!!!. Isso é que se  pode dizer de um caso sério para os gramáticos, a simiótica, enfim, mas o nome é este, e assumir este nome com esta grafia é sua sina, podendo até vir a ser um "causo" semelhante aos da vasta região de onde ele veio.
 Suas crônicas, récem-amigo, são saborosíssimas, ressoam horas, em mim mais de uma noite, pois acordei com o berro do bebum pescador e exímio salgador, e o Mandií na cabeça, além dos outros que vieram de enxurrada, me fazendo rir. Boa, boa!! Agradecido pelo livro, vou saborear feito as conversas de beira de mesa de cozinha ou rede em varandas.

A crônica é a prima-pobre das ficcões, uns críticos nem a consideram tal coisa, mas a estes tenho dó, porém foi aqui nesta terra, mas foi nos trazida pelos viajantes portugueses, que ela floresceu e chegou a categoria tal que levou a uma dimensão Excelsior, nas mãos de um Carlos Drummond, Fernando Sabino, Rubem Braga e outros.

Somos cronistas por natureza, nosso papo ontem poderia bem ser uma aula sobre ela, só olhando pela cena nada surreal: um boto de chapéu usando celular, um caboco de parintins falando e atento ao notbook, dois incrédulos caindo de para-queda tentando se ajustar à moldura da tela, tudo isso em ilha de selva á beira do asfalto. Prato cheio pra crônica do dia seguinte.

 Abraços, amigo, e vamos que vamos nessa aventura...”

Juraci Siqueira, Octavio Pessoa e Jorge Andrade

                           Obrigado, Jorge. Só não concordo quanto aos “dois incrédulos caindo de paraquedas, tentando se ajustar à moldura da tela”. Em torno da mesa, além do Juraci e de mim, encontravam-se dois premiados expoentes da literatura paraense, Jorge Andrade e Benny Franklin, que serão cada vez mais reconhecidos e premiados, não só por sua indiscutível competência literária, mas também pelo comprometimento com a causa que todos nós abraçamos, a realização do “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças”, evento da Amazônia.




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