A
Comissão Organizadora do “100 Mil Poetas
& Músicos Por Mudanças”, evento da
Amazônia, reuniu-se extraordinariamente, na terça-feira passada, para discutir
alternativas de local, para a realização do evento, ante a inviabilidade de se
dar, no entorno da samaumeira, do Hangar Centro de Convenções da Amazônia, que era a ideia original. Mesmo
com toda boa vontade da Coordenadora da Feira Panamazônica do Livro, Dra.
Andressa Malcher, ficou patente a impossibilidade do evento acontecer naquele
local, ante logística exigida, para a realização da Feira.
Por
ser o “100 Mil Poetas
& Músicos Por Mudanças” uma realização em que deve
prevalecer o máximo de espontaneidade, devendo se dar em local aberto, para
proporcionar o máximo de interatividade com o público, a Comissão achou
adequado buscar espaços alternativos, como o Anfiteatro São Pedro Nolasco e o Anfiteatro do Gasômetro, no Parque da Residência.
Requerimentos já foram encaminhados à Organização Pará 2000, entidade
mantenedora da Estação das Docas, onde fica o São Pedro Nolasco e à Secretaria de Cultura, Secult, a que está
vinculada a Estação Gasômetro.
Mas
a samaumeira continuará sendo o nosso símbolo, ante o significado emblemático
que ela tem para nós e para a Amazônia.
A
reunião extraordinária foi enriquecida com a presença do poeta, escritor, letrista, cronista,
professor, Jorge Andrade, que por motivos profissionais não comparecera ainda, às runiões. Uma pena que o poeta e escritor Daniel Leite não tenha
podido comparecer à reunião, também por motivos profissionais. Se
ele estivesse presente mais interessante ainda, teria sido a reunião da
Comissão Orgnizadora. Na próxima, que será na quinta-feira, dia 13, certamente Andrade
e Leite estarão presentes e aí, a Comissão estará completa.
Na
parte informal, após a discussão da pauta da noite, ofertei ao Jorge, um
exemplar do meu livro, “Causos Amazônicos”, como faço com todos que vem pela
primeira vez à minha casa. No bate papo que se seguiu, li umas duas ou três
crônicas, para os presentes. No dia seguinte, tive a grata satisfação de
receber um e-mail do Jorge, com o este comentário, que eu compartilho agora, com você:
Juraci Siqueira, Benny Franklin e Jorge Andrade |
“Salva, Octavio, um nome realmente incomum,
pois tem ascendância a uma grafia portuguesa, com um "c" mudo mas
quem sabe lá em Lisboa ou adjacencias talvez da boca de algum patrício
possa se ouvir, e tem a tônica mas não é acentuado: coisa de português
mesmo!!!!. Isso é que se pode dizer de um caso sério para os gramáticos,
a simiótica, enfim, mas o nome é este, e assumir este nome com esta grafia é
sua sina, podendo até vir a ser um "causo" semelhante aos da vasta
região de onde ele veio.
Suas crônicas, récem-amigo, são
saborosíssimas, ressoam horas, em mim mais de uma noite, pois acordei com o
berro do bebum pescador e exímio salgador, e o Mandií na cabeça, além dos
outros que vieram de enxurrada, me fazendo rir. Boa, boa!! Agradecido pelo
livro, vou saborear feito as conversas de beira de mesa de cozinha ou rede em
varandas.
A crônica é a prima-pobre das ficcões, uns
críticos nem a consideram tal coisa, mas a estes tenho dó, porém foi aqui nesta
terra, mas foi nos trazida pelos viajantes portugueses, que ela floresceu e
chegou a categoria tal que levou a uma dimensão Excelsior, nas mãos de um
Carlos Drummond, Fernando Sabino, Rubem Braga e outros.
Somos cronistas por natureza, nosso papo ontem
poderia bem ser uma aula sobre ela, só olhando pela cena nada surreal: um
boto de chapéu usando celular, um caboco de parintins falando e atento ao
notbook, dois incrédulos caindo de para-queda tentando se ajustar
à moldura da tela, tudo isso em ilha de selva á beira do
asfalto. Prato cheio pra crônica do dia seguinte.
Abraços, amigo, e vamos que vamos nessa
aventura...”
Obrigado, Jorge. Só não concordo quanto aos
“dois incrédulos caindo de paraquedas, tentando se ajustar à moldura da tela”.
Em torno da mesa, além do Juraci e de mim, encontravam-se dois premiados
expoentes da literatura paraense, Jorge Andrade e Benny Franklin, que serão cada vez mais reconhecidos e premiados, não só por sua indiscutível competência literária, mas também pelo comprometimento com a causa que todos nós
abraçamos, a realização do “100 Mil Poetas
& Músicos Por Mudanças”, evento da Amazônia.
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