Hoje, dia 1º. de agosto de 2013, viro uma página
em minha vida. Após mais de 35 anos de serviço público e mais de 60 anos de
idade, afasto-me de minhas atividades de
Auditor Federal de Controle Externo, do
Tribunal de Contas da União. Sublinho. Encerro
minhas atividades no TCU.
No TCU fiz carreira. Ocupei
as funções de confiança de assessor de secretário, diretor técnico e depois, de
secretário de controle externo no Pará. Assim, deixo o serviço público com a
sensação do dever cumprido e consciente
de que, com o apoio dos colegas e das autoridades do TCU, realizei.
Dentre as realizações de minha gestão de secretário de controle externo, evidencia-se
a sede própria da Secretaria de Controle
Exteno do Pará, que antes, ocupava instalações do Ministério da Fazenda, no conjunto
dos Mercedários.
O prédio atual, localizado na Travessa Humaitá, 1574,
entre Duque de Caxias e Visconde de
Inhaúma, foi conseguido mediante negociação que envolveu o TCU, o Comando da
Aeronáutica e o Governo do Estado do Pará , pelo então presidente do Tribunal,
ministro Valmir Campelo, que não mediu esforços para, com o empenho da equipe que dirigia a SECEX-PA à época, reformar o prédio, dotando a Secretaria de uma
sede que se destaca, entre as unidades do TCU nos Estados, dentre outras
razões, por sua funcionalidade.
Também marcante para mim, foi o evento “Controle
da Geestão Ambiental”, realizado quando o ministro Walton Alencar Rodrigues era
presidente do TCU. Senão foi o primeiro, foi um dos primeiros eventos de âmbito
nacional, realizado fora de Brasília, pelo Tribunal. Um evento realizado na
Amazônia, com a presença da então ministra do meio ambiene, Marina Silva, cujas
conclusões orientaram a ação do TCU.
Outro motivo de grande satisfação para mim, é eu
sair com o Teletrabalho implantado no Tribunal.
Quando o tema era ainda, uma heresia, coloquei-me ao lado dos defensores do Teletrabalho, em todas as
oportunidades. Às vezes até, colocando “minha
cabeça a prêmio”, pois sendo titular de função de confiança, nem por isso
deixei de sustentar minhas convicções. Afinal, os trabalhos do TCU se prestam
para serem realizados fora de suas dependências.
Sendo essa a realidade, na medida em que existem sistemas
eletrônicos para aferir a presença
física de servidores na Instituição, penso ser uma distorção do papel de gestor,
ficar ele conferindo a controlando a presença do servidor. O mérito do gestor, público
ou privado, acredito, está na definição de critérios objetivos para se aferir a
produtividade e gerenciar efetivamente a produtividade do
servidor, independentemente da hora e do
local em que ele faz seu trabalho, uma vez reunidas as condições necessárias à
realização do trabalho fora dos escritórios da empresa ou instituição.
O teletrabalho, que tem indiscutíveis vantagens
para o serviço público, para o servidor e para a coletividade, é uma
sistemática amplamente adotada nos países civilizados. Nas Instituições públicas
brasileiras que já o adotam, o teletrabalho é utilizado como estratégia, para
alcançar metas institucionais, especialmente na fase de projeto piloto. Assim,
é um equívoco considerar-se o teletrabalho uma benesse ou uma vantagem, pois,
quando normatizado e vinculado à produtividade, o servidor em teletrabalho produz
mais que o servidor fechado no gabinete e sob os olhares constantes de seus
chefes.
Adotado no TCU, quando eu
não era mais secretário de controle externo, pratiquei o Teletrabalho, o que me permitiu
qualidade de vida e aumento de produtividade. E as chefias tiveram oportunidade
de confirmar a validade da sistemática que hoje, está inscrita na Lei 12.776,
de 28/12/2012.
[Em breve, neste blog, um post específico sobre
Teletrabalho.]
A Vida continua. Quando afasto-me do TCU, darei
andamento a projetos que venho desenvolvendo na seara literária e também, nas
áreas de comunicação e consultoria. Pois, para mim, aposentadoria não é
profissão. A pessoa encerra uma etapa de sua vida, para dar início ou
continuidade a outras realizações. Sempre tive essa convicção. E ela aumentou
quando participei do programa Escolhas Conscientes, oferecido pelo TCU a seus
servidores prestes a se aposentarem. Um programa importantíssimo, que todo
servidor público deveria ter oportunidade de participar. E felizes os que
participam, entendem o “espírito da coisa” e valorizam a oportunidade que lhe é
oferecida.
Penso apenas que a atividade
pós-aposentadoria, mesmo quando remunrada,
deve ser mais soft, sem as pressões que ocorrem quando estamos ainda
na primeira carreira. Havendo também a possibilidade de se desenvolver trabalho
voluntário, afinal, são tantos os segmentos sociais carentes de apoio e estímulo,
especialmente de profissionais com a qualificação dos servidores do TCU.
No mais, é viver a Vida.
Aproveitar, “curtir” mais a família, viajar, conhecer novas realidades. Já
dizia Carlos Coimbra, meu professor de Filosofia, “o homem só se civiliza,
quando ele conhece outras civilizações”.
"Há um tempo em que a vida pede um pouco mais de calma, um pouco mais de alma. A vida não para". Bem-vindo ao mundo do livre trabalho e das infinitas possibilidades de ser. Bjs ♥!
ResponderExcluirOctavio, querido irmão, fico feliz com as tuas alvíssaras. Perseverança e Esperança, palavras invisíveis muito bem semeadas no teu texto. Sei que irás realizar muito e sempre nesta nova caminhada. Que Deus sempre te abençoe e ilumine. Forte e fraterno abraço, Daniel Leite
ResponderExcluirOctávio velho-novo de guerra. Feliz início de aposentadoria, especialmente com saúde.
ResponderExcluirCeleste, companhia de Vida.
ResponderExcluirDaniel Leite, irmão de alma, referencial e grande incentivador.
Alfredo, companheiro de jornada,
Muito obrigado a todos e prossigamos em nossa caminhada.