Retornando do Encontro das águas do Tapajós e Amazonas. Panorâmica de Santarém/PA |
Conheci Santarém
na adolescência. Foi numa “embaixada”, como chamávamos aos passeios coletivos
de estudantes, dos alunos do terceiro ano ginasial do Colégio Nossa Senhora do
Carmo, de Parintins/AM, minha terra natal. Lembro-me bem. Viajamos no barco a
motor “Carlos Mário”, do meu falecido tio Militão Paulain, pai do Mário José,
meu colega de turma e companheiro de “traquinagens”.
Uma viagem
inesquecível. Fomos recepcionados em Santarém pelas alunas do Colégio Santa Clara, quando
agradeci, em nome da turma, aquela calorosa acolhida. Tão calorosa que uma das alunas
despertou meu amor juvenil. Coisas da paixão. A vida nos levou para rumos
diferentes. Noutro dia, eu e os colegas participamos de uma festa no colégio
estadual Álvaro Adolfo. O melhor mesmo foi o passeio à praia de Maria José, uma
das mais belas que conheci. Em boa companhia, melhor ainda se tornou o passeio
para todos.
Daniel Leite mediando o Papo Literário com Guilherme Fiuza |
Outros
anos se passaram, já aposentado do TCU e dedicando-me agora, à literatura e
comunicação, minhas origens, retornei à Santarém, como diz o Rubem Alves, no “outono
da vida”. Acompanhado de minha esposa Ana Celeste, fomos participar do VI Salão
do Livro da Região do Baixo Amazonas, uma atividade da Feira Pan-Amazônica do
Livro, promovida pela Secretaria de Cultura do Estado do Pará/Secult. E também,
para desfrutarmos as maravilhas da Pérola do Tapajós.
Voltando da Ilha dos Amores, em Alter do Chão |
Visitamos o Museu de Arte Sacra, anexo à Catedral de Nossa Senhora da Conceição, onde colhi elementos cruciais para a pesquisa que estou realizando acerca de um tema da maior importância para a Amazônia, que redundará num documentário escrito ou um romance histórico, minha próxima obra.
Aos 93 anos, D. Dica continua produzindo |
Conhecemos
pessoas singulares, como Dona Dica Frazão, em seu Museu/Ateliê/Residência. Uma
verdadeira artista que confecciona as mais lindas peças exclusivamente
com materiais regionais. Desde singelos pequenos brindes até vestidos de noiva,
indumentárias para personagens do Boi Garantido, de Parintins, sendo ela a
criadora da personagem Sinhazinha da Fazenda e também, já confeccionou roupas
para personalidades como a Rainha Sophia, da Suécia. De cada peça importante
produzida ela faz uma réplica, para expor em seu Museu.
Com o Mestre Édson Berbary |
Outra
vivência da maior importância, na minha estada santarena, foi o contato com
professores e servidores da Universidade Federal do Oeste do Pará/UFOPA, que se
encontra em fase final de implantação e realizará, nos próximos dias, a
primeira eleição para seu corpo dirigente.
É digno de
louvor o trabalho dos implantadores da UFOPA, que criaram e desenvolvem uma
Universidade na acepção mais precisa que o tempo comporta. Uma instituição que interage com os diversos segmentos da sociedade e procura responder às demandas da realidade
onde ela está implantada, preparando inclusive, mestres e doutores para atender as necessidades do Oeste do Pará. Um trabalho
que merece ter continuidade.
Na segunda-feira passada, a UFOPA outorgou título de Doutor Honoris Causa ao
violonista e compositor Sebastião Tapajós, músico santareno reconhecido
internacionalmente. Formado pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa, em
Portugal, Sebastião foi professor de violão clássico do Conservatório Carlos
Gomes. Ao executar a obra-prima de Villa-Lobos, Concerto para Violão e Pequena
Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro Municipal do Rio teve
sua carreira projetada no exterior. Detentor de sólida carreira internacional, hoje tem 50
discos lançados.
Octavio, irmão querido, unes a precisão de uma reportagem à poética precisa de um texto que nos emociona. Abçs. Daniel Leite
ResponderExcluirMeu irmão de alma, Daniel Leite, seus comentários sempre generosos aumentam em mim o desejo de produzir sempre melhor.
ResponderExcluirUm abraço.
Caro Confrade Otávio Pessoa.
ResponderExcluirParabéns pelo merecido privilégio voltar às suas raízes, com a maturidade e experiência literária para produzir um texto envolvente como este...
Amigo Rufino, é verdade. É bom a gente retornar aos lugares da adolescência com olhos da maturidade. Um abraço, amigo.
ResponderExcluirAmigo Rufino, é verdade. É bom a gente retornar aos lugares da adolescência com olhos da maturidade. Um abraço, amigo.
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