Volto ao tema porque recentemente vi no face o poema “Recomeçar”
ou “Faxina da Alma” mais uma vez postado como obra de Carlos Drumond de
Andrade. O texto equivocado é postado
assim:
RECOMEÇAR
Não importa onde você parou,
em que momento da vida você cansou,
o que importa é que sempre é possível
e necessário "Recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova
chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.
Chorou muito?
Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.
Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os outros.
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.
Pois é!
Agora é hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de aprender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?
Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundão
de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que você afastou
com o seu "período de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza nem
nós mesmos nos suportamos.
Ficamos horríveis.
O mau humor vai comendo nosso fígado,
até a boca ficar amarga.
Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.
Onde você quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nós
aquilo que desejamos.
Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.
Já se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da Faxina Mental.
Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.
Lembre-se somos apaixonáveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nós somos o "Amor".
em que momento da vida você cansou,
o que importa é que sempre é possível
e necessário "Recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova
chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.
Chorou muito?
Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.
Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os outros.
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.
Pois é!
Agora é hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de aprender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?
Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundão
de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que você afastou
com o seu "período de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza nem
nós mesmos nos suportamos.
Ficamos horríveis.
O mau humor vai comendo nosso fígado,
até a boca ficar amarga.
Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.
Onde você quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nós
aquilo que desejamos.
Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.
Já se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da Faxina Mental.
Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.
Lembre-se somos apaixonáveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nós somos o "Amor".
Porque sou do tamanho
daquilo que vejo,
e não do tamanho da
minha altura.
Carlos Drummond de
Andrade
Esse texto contém três equívocos. Primeiro, o poema
original “Recomeçar” ou “Faxina da Alma” termina em “nós somos o Amor”. Segundo, ele não é de
Carlos Drummond de Andrade. Terceiro, “Porque sou do tamanho daquilo que vejo/
e não do tamanho da minha altura” é parte de um poema de Fernando Pessoa,
acrescido indevidamente por mais um desavisado (ou não) internauta que fez o “favor”
de assinar o poema acrescido como obra de Drummond.
O falso poema de Drummond volta e meia ressurge na rede
colocado por mais um incauto, empolgado com o conteúdo dele. Há mais de 5 anos,
mais precisamente em 13 de fevereiro de 2009, o jornalista Maurício Stycer,
repórter especial do IG, em extensa pesquisa “matou a pau” esse verdadeiro Festival
de Besteira Que Assola O País, como diria o saudoso Stanislaw Ponte Preta.
O verdadeiro autor de Faxina da Alma é Paulo Roberto
Gaeke, programador que o publicou no site dele “Meu Anjo”, que bem humorado, esclarece que
“Drummond deve revirar na tumba ao ver o meu texto com o nome dele”. Gaeke é autor
de dois livros de poemas,
publicados por conta própria no site que mantém desde abril de 2000. Até 2002, Gaeke assinava suas mensagens apenas com um bordão – “eu
acredito em você” – e o seu primeiro nome, Paulo. “Daí virou uma festa”, ele
conta. “Cada um repassava acrescentando um ponto e diversas mensagens minhas
(mais de 2 mil) estão por ai sem a devida paternidade… como ‘Revolução da
Alma’, que atribuem a Aristóteles (sic), ‘Paciência’, atribuída ao Jabor, e a
clássica ‘Recomeçar’ (que também é conhecida por ‘Faxina na Alma’)”.
Acrescenta
que em algum momento no ano de 2003, alguém acrescentou ao texto dele os versos
“Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura” e
assinou “Carlos Drummond de Andrade”. Tal citação foi entendida como se o texto
inteiro fosse de Drummond, e se espalhou como praga pela Internet. Mas, lembra o
verdadeiro autor do texto, esses versos não são do poeta mineiro, mas de
Fernando Pessoa e estão em “O Guardador de Rebanhos”. “Quando eu pesquisei no
Google a primeira vez, tomei um susto”, diz Gaefke, “esse texto estava em mais
de 50 mil sites com autoria de Drummond. E para provar que
era meu foi uma briga…”.
Realmente.
Em pesquisa na Internet verificam-se diversas mensagens de Gaefke, em blogs e
sites que publicaram o texto dele como de Drummond, chamando atenção para o
equívoco quanto à autoria do Faxina da Alma.
Segue
adiante o poema completo de Fernando Pessoa, por meio de um de seus heterônimos, Alberto Caeiro, que foi parcialmente
acrescido ao texto de Gaefke e assinado como de Carlos Drummond de Andrade, com
a parte acrescida em destaque.
“VII – Da Minha Aldeia
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura…
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.”
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura…
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.”