terça-feira, dezembro 15

BOAS PERSPECTIVAS PARA INTERCÂMBIO ENTRE BELÉM E CIDADES PORTUGUESAS


           
Óbidos, Vila Litrária situada dentro de uma fortaleza medieval.

       A recente decisão da UNESCO,  Organização das Nações Unidas para a Educação , Ciência e Cultura, de reconhecer Belém como “Cidade Criativa de Gastronomia” e Óbidos, de Portugal como “Cidade Criativa de Literatura” somada às vivências na recente estada em terras lusitanas para lançar meu livro “Causos Amazônicos” levam-me a acreditar que estão criadas condições para maior aproximação entre Belém e o próprio estado do Pará com cidades portuguesas.  

      Com as “Redes de Cidades Criativas” a UNESCO estimula o desenvolvimento social, econômico e cultural de cidades dos países desenvolvidos e em desenvolvimento comprometidas com a criatividade. O que vai ao encontro do objetivo daquela agência internacional de incentivar a diversidade cultural e o desenvolvimento sustentável e socialmente justo. E cidades contempladas tem sua projeção internacional significativamente ampliada.  
  
Belém foi reconhecida em razão da criatividade comprovada no seu empreendedorismo gastronômico.  O reconhecimento de Óbidos se deu em face de um projeto que valoriza seu patrimônio cultural e programas e atividades voltados para o livro e a literatura.  Estive nessa Vila Portuguesa, sede de um município de aproximadamente  2.200 habitantes, situada dentro de um forte medieval, no distrito de Leiria, no Centro de Portugal.


Em Óbidos fui recebido pela Vereadora da Cultura, Celeste Afonso que me colocou a par de detalhes do FÓLIO, Festival Internacional de Literatura de Óbidos,  realizado entre 15 e 25 de outubro deste ano, com a temática “a literatura nos países de expressão portuguesa”. O suceesso desse evento foi determinante para o reconhecimento de Óbidos como Cidade Criativa de Literatura”. O FÓLIO é a materialização de um projeto que visa o envolvimento de pessoas e patrimônio num processo em que a literatura funciona como alavanca de desenvolvimento econômico e social num território criativo. Ficou evidente a  importância da presença de autores paraenses na edição do FÓLIO de 2016, em fase de preparação. Assunto esse que já vem sendo tratado em Belém pelo amigo poeta e escritor Cláudio Cardoso, missionário da Literatura brasileira produzida na Amazônia, a quem hipoteco integral apoio.

Abro aqui um parêntese para explicar a expressão Vereadora da Cultura. Sendo Portugal um país parlamentarista, o Poder prevalente é o Legislativo, o parlamento, que na esfera mais próxima do cidadão é representado pelos Concelhos (com “ce” mesmo) Municipais, em que cada Vereador é responsável por uma das áreas da administração pública.


Percorri com Celeste Afonso as livrarias da Vila Literária de Óbidos, projeto que alia o Município e uma empresa do ramo específico da Literatura, a Livraria Ler Devagar, no sentido da reconstrução e expansão das possibilidades de reabilitação urbana e desenvolvimento econômico.  É indescritível a sensação de se ver livros convivendo com frutas em caixotes num mercado municipal, com  garrafas de vinho numa adega, em perfeita harmonia. E mais ainda, uma Igreja transformada em Livraria, a  Igreja de Santiago que não mais funciona como templo religioso. A pia que um dia foi batismal hoje está cheia de livros. Uma metáfora, a meu ver, do necessário “batismo cultural” do homem para ele tornar-se efetivamente um cidadão. 
  
Celeste Afonso falou-me também sobre o Festival Internacional do Chocolate de Óbidos, outro exemplo da criatividade de uma cidade que não tendo indústria chocolateira realiza um Festival Internacional de Chocolate há treze anos. Feito na primavera, a esse Festival comparecem chocolaterias de diversos países e nele são realizadas atividades lúdicas com chocolate, envolvendo o público visitante e a população local. Contou a Vereadora que o secretário de agricultura do estado do Pará, Hildegardo da Silva Nunes, esteve em Óbidos este ano e sinalizou a presença da  indústria chocolateira do Pará nas próximas edições do Festival Internacional do Chocolate de Óbidos.




          Iniciativa elogiável porque o Theobroma Cacao, nome científico do fruto da família Malvaceae é originário da bacia amazônica. Os exploradores portugueses desde sua chegada à Amazônia coletaram o cacau entre as “drogas do sertão” e o cultivaram principalmente nos sítios da calha do rio Amazonas e seus afluentes, no período que ficou conhecido como Ciclo do Cacau.  No século XVIII, sementes de cacau foram levadas e plantadas na região do Recôncavo Baiano, passando a Bahia a dominar a industrialização básica do chocolate, que é a transformação da amêndoa do cacau na pasta básica do chocolate. Considero crucial a verticalização da indústria cacaueira na Amazônia, desde a etapa inicial  até a final,  a transformação da pasta básica do chocolate nos produtos acabados. E também, que o chocolate produzido na Amazônia seja presente em todos os eventos mundiais do produto.


     Foi com muita satisfação que autografei um exemplar do livro “Causos Amazônicos”2ª. Edição para a vereadora Celeste Afonso. Autografei mais exemplares e outros ficaram consignados nas diversas livrarias da Vila Literária de Óbidos.
   
Noutras cidades portuguesas vivi experiências semelhantes à de Óbidos.  Porto, por exemplo, onde o lançamento do livro se deu durante um jantar da Unicepe- Cooperativa Livreira dos Estudantes do Porto. Alí se reúnem os associados da Unicepe para degustar um típico jantar lusitano, trocar idéias com o autor convidado, adquirir suas obras e participar de  saraus que avançam noite a dentro.

         Em Aveiro, o Vereador da Cultura Miguel Capão Filipe me deu as boas vindas e o lançamento foi no Chá das 5 do tradicional Hotel Moliceiro. O Chá das 5 do Moliceiro, idealizado pela proprietária do hotel, Sra. Cristina Durães, uma apaixonada pela Cultura, estimula a realização de saraus e o eventos culturais. Parte da programação foi transmitida ao vivo pela Rádio Terra Nova FM, a quem concedi entrevista. 


      Em tour pela cidade,  estive na “Rua de Belém do Pará, Cidade Irmã”. Já sabia dessa geminação entre Aveiro  e Belém do Pará , mas eu não tinha idéia do interesse dos aveirenses na efetivação desse  vínculo e do quanto o casario da Cidade Velha de Belém lembra o casario da cidade lusitana. Não tivesse Antonio Lemos, Intendente de Belém no início do século passado, aterrado os diversos igarapés que entrecortavam a capital paraense, maior seria a semelhança de Belém com Aveiro e suas Rias, onde os barcos moliceiros transportam hoje os turistas mas noutros tempos coletavam o moliço, algas que havia nas rias e que serviam de adubo orgânico para a agricultura.   




As Rias de Aveiro são canais que resultam do recuo do mar com a formação de cordões litorais que a partir do século XVI formaram uma laguna, um dos mais importantes e belos acidentes geográficos da costa portuguesa. Para o amigo professor Benilton Cruz, que fez seu Pós-Doutorado na Universidade de Aveiro, essa é "Uma das mais belas cidades. E seus habitantes chamam de ‘Ria’ aos canais de Aveiro, uma palavra no feminino, pronúncia que encanta". 


Benilton fez minha apresentação em Coimbra, onde hoje realiza estudos, após a conclusão de seu pós-Doutoramento. A  apresentação foi no Café Santa Cruz, onde se reúnem a intelectualidade, os alunos e professores da mais famosa Universidade de Portugal, para degustar um bom vinho ou um gostoso café, assistir a saraus, ouvir os tradicionais fados e “jogar conversa fora” com os visitantes. Benilton enfatizou aspectos do meu estilo e termos que emprego em minhas crônicas que eram usados pelos navegadores lusitanos e que foram incorporados e mantidos pelo homem simples da Amazônia, que resgato e registro nos Causos Amazônicos.  

Em todos os lugares onde estive, inclusive Estarreja, às proximidades de Aveiro, foi unânime o interesse das pessoas num intercâmbio mais próximo e frequente com a nossa cultura. Em minhas falas eu sempre enfatizei a importância do contato com a Literatura brasileira de expressão Amazônica, até por que o projeto de país que o Reino de Portugal tinha para as terras brasileiras era aqui no Norte, com a capital em Belém. E a antiga Província do Grão Pará e Rio Negro foi a última unidade brasileira a quebrar seus vínculos com a Coroa Portuguesa, sendo muito evidente na cultura, na arquitetura de Belém e nas nossas tradições a presença da cultura lusitana. 

   A iniciativa da UNESCO de reconhecer Belém como “Cidade Criativa de Gastronomia” e  Óbidos de Portugal como “Cidade Criativa de Literatura” somada ao interesse de Aveiro em incrementar o contato com sua Cidade Irmã, Belém do Pará, são fatores definitivos para a retomada e incremento dessa aproximação. Tudo depende, penso eu, da mobilização dos setores interessados, os intelectuais, escritores e poetas, da sensibilidade dos Poderes Públicos e do apoio da iniciativa privada. Instrumentos há. É uma questão sabermos utilizá-los.


Brinde com Ana Lúcia Araújo no Restuarante Passaporte, em Coimbra




segunda-feira, agosto 17

CÂNCER E SUPERAÇÃO




          Há cinco anos um grande amigo meu, daquele tipo que está mais pra irmão do que pra amigo, o desembargador federal do trabalho José de Alencar escreveu em seu blog o primoroso artigo “VENCENDO O CÂNCER”. Nele Alencar fala sobre o índice da incidência da doença, os exames que sinalizam e os que confirmam a existência do câncer de próstata, reflete sobre o preconceito machista ante o toque retal, desmistifica esse toque e evidencia a necessidade desse exame no tratamento do câncer de próstata em seu estado inicial.

      Foi na postagem de 3 de setembro de 2010 do Blog do Alencar. Onde ele narra a experiência que viveu no tratamento cirúrgico do câncer de próstata, confessando que foi submetido dias antes à extração radical daquela glândula do corpo masculino. Ele descreve desde as as medidas pré-operatórias, o tratamento no hospital e em casa, registra a importância da fisioterapia no pós-operatório e o fator crucial do apoio que recebeu dos familiares e conclui dizendo que o câncer o colocou “cara a cara com a finitude da vida, da qual passei a ter, reconheço, outra compreensão, outra visão. Valorizo cada instante, por mais simples e singelo que seja. Como faziam os antigos, carpe diem...”.

          Ele agradece a seu médico urologista, Dr. Júlio Bernardes e a todos os médicos e paramédicos que o assistiram, acrescentando que se um dia fosse escrever suas memórias, o capítulo referente a 2010 teria certamente por título “O Ano do Câncer” e conclui dizendo “Resolvi tornar pública esta experiência para ajudar os homens que tinham dúvidas sobre o toque retal. Alguns são salvos pelo gongo, outros pelo toque retal...foi o meu caso. E pode ser o seu, meu caro amigo”.

          Hoje meu amigo-irmão Alencar vive uma vida tranquila como qualquer homem. “Tira de letra” os momentos difíceis que qualquer um de nós tem na vida e como de seu feitio, encara desafios pouco comuns. Voltou recentemente de uma longa viagem em sua potente Harley Davidson, que começou em Manaus, atravessou o norte da América do Sul, a América Central, a América do Norte e chegou ao círculo polar ártico.   

          Em http://blogdoalencar.blogspot.com.br/2010/09/vencendo-o-cancer.html, você lê todo o artigo do Alencar e o câncer. Vale a pena ler.

        Parafraseando o Alencar, “Por que todo esse lero?”

        Porque este amigo de vocês, nesta terça-feira, dia 18 de agosto de 2015, vai encarar o mesmo desafio que o Alencar enfrentou na terça-feira, dia 17 de agosto de 2010, uma cirurgia radical de próstata.

    Passei por todas as etapas prévias descritas pelo Alencar, submetendo-me a todos os exames necessários. Pra minha felicidade como o foi para o Alencar, meu câncer está em sua fase inicial e localizado unicamente na próstata. Assim, tanto quanto se deu com ele, tenho certeza de que será apenas mais um desafio que superarei com a mesma firmeza e determinação que superei o trauma do acidente sofrido no Uruguai, no início deste ano, quando tive implantada em meu fêmur direito uma haste de titânio e hoje me desloco como se não tivesse sofrido o acidente.

          Quando eu estava acamado em razão do acidente no Uurguai, me via sempre no depois da cirurgia, realizando minhas metas para 2015. Uma técnica de que tomei conhecimento ao ler sobre Viktor Frankl e a Logoterapia, linha psicanalítica desenvolvida por Frankel que se fundamenta na busca do sentido da vida. É a chamada Terceira Escola Psicanalítica de Viena. A Primeira é a de Freud, que se fundamenta na busca do prazer. A Segunda a de Adler que visa o alcance do Poder. Para Frankel o importante é o homem saber por que ele está neste mundo, qual a sua missão na passagem por esta vida. Quando alcança esse estágio, tudo faz sentido em sua Vida. O interessante é que Frankl sofreu os horrores do holocausto e teve oportunidade de aferir em si próprio e em seus parceiros de infortúnio a validade de suas conclusões. Ele narra que a pergunta que se fazia era "qual o sentido de eu estar vivendo isso?" em vez de se lamentar das condições sub-humanas que presenciou e vivenciou. Terminada a guerra, ele migrou para os Estados|Unidos, onde se radicou e desenvolveu seus estudos e onde sua linha psicanalítica floresceu.

    Muitas das metas que eu visualizava realizadas, naquele momento complicado da minha vida, já estão concretizadas. Mas há outros objetivos ainda por materializar. Eu tenho certeza de que isso vai acontecer. Em primeiro lugar pela absoluta crença em Deus, especialmente após a superação de momentos difíceis por que passei. Some-se a isso a plena confiança, na competência, na ética, no humanismo cristão de meu médico, Dr. Júlio Bernardes e sua equipe e também, na vibração positiva e nas orações dos amigos e amigas.

         Quero sim após a experiência da cirurgia prostática, continuar valorizando  “cada instante, por mais simples e singelo que seja”, como narra Alencar em seu artigo, também concorrer para a superação do preconceito contra o toque retal ainda presente nos machistas empedernidos que talvez não tenham muita convicção de sua masculinidade, como diz o Alencar, e também enfatizar a importância de cada um e cada uma ter bem nítidos seus objetivos de Vida e, mesmo nos momentos difíceis, aliás  principalmente neles, nunca perder de vista o que os move nesta existência.

          Minha cirurgia será como eu disse, nesta terça-feira, dia 18 de agosto. Ficarei hospitalizado por cinco dias e depois mais trinta dias em repouso em casa. Voltarei ao convívio inclusive virtual com vocês, depois desse período (ou quem sabe, antes rsrs).

Mais sobre Logoterapia:

http://www.osentidodavida.com.br/a_logoterapia_e_o_sentido_da_vida.html

terça-feira, julho 21

SANTO DE CASA FAZ MILAGRE SIM. “Causos Amazônicos” 2ª. Edição em Parintins.

Vereador Nelson Campos preside a Sessão. O presidente da Câmara dos Vereadores  Everaldo Batista  (blazer preto) representa o Prefeito de Parintins Carlos Alexandre Ferreira da Silva. 

       
       
        A lógica do adágio popular “Santo de casa não faz milagre” foi revertida no lançamento do livro “Causos Amazônicos” 2ª. Edição em minha terra natal, Parintins, Amazonas. Realizado no plenário da Câmara dos Vereadores, o evento foi prestigiado por populares e autoridades e os oitenta exemplares enviados para o lançamento foram vendidos.


No programa do comunicador Enéas Gonçalves
      Atribuo o sucesso do evento ao trabalho de marketing realizado antes do lançamento, mediante consulta a amigos, familiares  e formadores de opinião do local, sobre a visão deles quanto ao lançamento do livro em Parintins. Ante o retorno positivo a mobilização foi acentuada. O evento ocorreu em local adequado em termos de espaço e climatização, numa cidade conhecida por sua temperatura elevada. No pós-venda  agradeci pelos meios de comunicação, aos conterrâneos que prestigiaram o lançamento e os estimulei a me enviarem argumentos para textos futuros, pois Parintins é um celeiro de temas e personagens para obras literárias, como eu disse ao primo Hermes Pessoa em batepapo de varar madrugada, no Botequim da Ilha. 


No "Papo Legal", do amigo Marcos Tavares
               Chegado à cidade no dia 5 de julho, desde então em paralelo com o prestígio aos eventos da festa da padroeira, Nossa Senhora do Carmo (6 a 16 de julho) e os eventos em família, visitei todas as emissoras de rádio e televisão, bem como fui entrevistado pelos jornais impressos e eletrônicos locais, enfim fiz o papel de “Camelô da própria obra”, como diz o amigo escritor Paulo M. Nunes. Assim, no dia 13 de julho quando se deu o lançamento, estava criado todo um “clima” favorável. Muita gente querendo conhecer a totalidade da obra, vez que uma ou outra crônica já havia sido lida ou comentada nos programas de rádio e TV.

 
Narcizo Picanço
  Fui saudado pelo Presidente da Academia Parintinense de Letras, Narcizo Picanço, que enfatizou o orgulho da Academia em falar sobre um parintinense que nos seus escritos, fala de sua terra e de sua gente e destacou a crônica “Te manda porre, lá vem o chato”, cheia de passagens engraçadas mas verdadeiras, disse o imortal. Saudação que se deu após a abertura da sessão pelo vereador Nelson Campos, no exercício da Presidência da Casa. O presidente da Câmara dos Vereadores Everaldo Batista representou no ato o prefeito de Parintins, Carlos Alexandre Ferreira da Silva, ausente da cidade naquela data.

        
D. Giuliano Frigeni 

       O bispo diocesano de Parintins, Dom Giuliano Frigeni agradeceu minha iniciativa de doar a receita arrecadada no lançamento do “Causos Amazônicos” 2ª. Edição à Escola de Áudio Comunicação “Padre Paulo Manna”, que é voltada para os deficientes auditivos, hoje acolhendo portadores de necessidades especiais de toda ordem, que é mantida pela Diocese de Parintins e foi criada por inspiração do primeiro bispo, Dom Arcângelo Cerqua.

          
       Em minha fala agradeci a todos que concorreram para que o lançamento acontecesse e disse da imensa satisfação de retornar à minha terra tantos anos após dela ter-me ausentado para levar, com a minha literatura, um pouco do que absorvi ao longo dessa ausência e também, a profunda emoção de poder ajudar uma Instituição que tem função social tão importante. Citei Leon Tolstoi que diz “Se queres ser universal começa pintando tua aldeia”. Mesmo não tendo sido esta a minha pretensão quando comecei a escrever, percebo que realizo literatura brasileira de expressão amazônica em que temas universais como as realizações e frustrações humanas, o pitoresco, as crendices e valores e os sentimentos do homem simples da Amazônia estão presentes, tudo isso “com humor e enternecimento com a comédia humana” como afirmou o professor Oswaldo Coimbra, em seu comentário na primeira edição do “Causos Amazônicos”. 


Educadora Eleonora Jacaína Martins

 Gratificante foi a homenagem a mim prestada na Escola “Padre Paulo Manna”, na visita em que concretizei a doação, passando o valor arrecadado às mãos da diretora em exercício, professora Eleonora Jacaúna Martins, vez que a titular Maria Zilda estava em Manaus cuidando da saúde dela. No encerramento da homenagem fui brindado por professores e alunos com um belo e expressivo quadro pintado pelo menor autista João Marcos Vieira Machado, que vai decorar meu escritório de trabalho para o resto de minha vida.


Compartilho a homenagem com minha companheira de sempre Ana Celeste

          

       Ainda no lançamento do livro, esteve presente o amigo dos velhos tempos Valdir da Fonseca Dias, filho e sucessor do Sr. Enéas Dias, meu padrinho de Crisma, que foi por anos e anos dono da Livraria Andorinha, em Parintins. O Pescada, esse é o apelido do Valdir desde sempre, enfatizou em conversa comigo “este livro é de uma leitura e compreensão fácil e cai com certeza na aceitação das pessoas do povo”. Vislumbramos naquele momento possibilidade de negociação.


 
Despachando os livros de Manaus para Parintins
  No dia seguinte levei à casa do Pescada minuta de um contrato de venda de obra literária e o firmamos debaixo do caramanchão da casa do hoje comerciante aposentado que continua vendendo bons livros, segundo ele, por apego ao ramo de negócio e pela longa experiência na seleção de títulos. De passagem por Manaus retirei parte dos exemplares que se encontravam em estoque na Livraria Valer, da capital amazonense onde lancei o livro no mês de junho, e os enviei para Parintins. 

         
         Assim, minha terra natal tem a partir de agora um vendedor representante, que colocará o “Causos Amazônicos” 2a. Edição e minhas obras futuras, em Parintins e outras praças de sua zona de influência.

Sessão de Autógrafos no hall do plenário




          

domingo, junho 21

“Causos Amazônicos” 2ª. Edição será lançado em Parintins

Parintins, terra natal do autor de "Causos Amazônicos"


Está tudo resolvido. Será na segunda-feira, dia 13 de julho, a partir das 17:00, na Câmara dos Vereadores,  o lançamento do “Causos Amazônicos” 2ª. Edição, em Parintins, Amazonas.

Dia e hora foram escolhidos a capricho para não coincidir com nenhum  evento das festividades da Padroeira da Cidade, Nossa Senhora do Carmo, de 6 a 16 de julho, quando parintinenses dispersos pelo Brasil e pelo mundo retornam para confraternizar-se em “Paris”, como tratamos carinhosamente nossa terra natal.

A segunda edição do Causos Amazônicos foi lançada inicialmente em Belém, no dia 12 de maio. No dia 31daquele mês, o lançamento foi no Estande do Escritor Paraense, durante a XIX Feira Pan-Amazônica do Livro e no dia 5 de junho a obra foi a público em Manaus/AM. Na quarta-feira, dia 24 de junho, haverá noite de autógrafos durante jantar da Fênix e Fraternidade 53, encerrando a programação semestral daquela Loja Maçônica filiada à Grande Loja do Estado do Pará.

Com o lançamento em Parintins concluem-se os eventos do primeiro e início do segundo semestre de 2015.

Já definido para o dia 21 de agosto, lançamento no Chá Literário promovido pela poeta e professora Geni Begot, na Escola Otávio Meira, em Benevides/PA e outros semelhantes poderão ocorrer, em função de interesses que já se apresentam e de compatibilidade de agendas. 



Ana Lúcia Araújo
Entre 19 e 29 de novembro haverá apresentações do “Causos Amazônicos”  em terras lusitanas inclusive na Universidade de Aveiro, onde o livro já está catalogado e disponibilizado ao público e nos locais agendados por Lúcia Araújo, paraense de Capanema radicada em Portugal, que no momento identifica locais para apresentações na Lusitânia.

A indicação do “Causos Amazônicos” para o acervo da Biblioteca da Universidade de Aveiro/Portugal foi uma iniciativa do poeta e escritor paraense Benilton Cruz, professor da Universidade Federal do Pará que faz seu pós-Doutoramento na Universidade de Aveiro. Ele é um dos abonadores do livro e assim se expressa na contracapa “Destaca-se o manejo do autor com a peculiaridade regional de nossa fala, valores, costumes e principalmente com a inocência de personagens folclóricos nascidos da pressão de lidar com esse bem precioso: a língua humana e seus perigos”. 

Benilton Cruz
Sustenta Benilton que “O Velho Mundo precisa conhecer a literatura praticada na Amazônia, em especial, essa linguagem utilizada por Octavio, ainda muito impregnada dos primeiros colonizadores portugueses. Afinal, eles foram conquistadores, navegadores, gente de coragem nessa travessia ao Novo Mundo, e isso com certeza a língua portuguesa não esquece”.


Daniel da Rocha Leite
Certifica também a qualidade do “Causos Amazônicos”, o poeta e escritor Daniel da Rocha Leite, também em Portugal fazendo seu Doutorado na Universidade de Lisboa, para quem “Octavio Pessoa gapuia mundos, sonda mistérios, desenha histórias. Neste livro, o leitor visitará – nos acesos silêncios das crônicas – um universo de memórias que nos dizem de uma gente e das suas artes de viver. Somos essas art(e)manhas destes Causos Amazônicos: somos as suas pessoas, os seus mundos de fascínios e felicidades, somos as suas margens e beiras, peraus e correntezas de uma leitura que nos leva como quem nos conta um segredo”.

Narcizo Picanço
Uma convergência de esforços e apoios se criou e está em curso para a realização do lançamento do “Causos Amazônicos” 2ª. Edição em Parintins. Destacam-se as decisões do prefeito Carlos Alexandre Ferreira da Silva e do presidente da Câmara dos Vereadores Everaldo Batista, evidenciando-se a atuação da vereadora Vanessa Gonçalves nas articulações e definições. A Academia de Letras de Parintins também está mobilizada na pessoa de seu presidente Narcizo Picanço e dos próceres imortais Massilon Medeiros Cursino e Tadeu de Souza.

Também foi decisivo o apoio desde o primeiro momento, do meu irmão médico Osvaldo José Pessoa Ferreira e de sua filha, Juliana Almeida Ferreira, minha procuradora em Parintins. Bem como o do meu sobrinho Octacílio José Pessoa Ferreira Neto e demais familiares que estão na torcida pelo sucesso do evento, dentre eles a prima Rita Maria. Destaco também o comprometimento dos amigos, conterrâneos e colegas Sérgio da Silva Reis, Mário Paulain, May Freitas, Gláucio César Vieira da Silva, Zezinho Faria, Mara Prestes, Nazaré Leitão, esta que me ajudou muito na definição da data e hora do evento, e de todos que direta ou indiretamente estão envolvidos na realização.  
  
Confirmo o convite a meus amigos e conterrâneos a estarem no lançamento do “Causos Amazônicos” 2ª. Edição, na Câmara dos Vereadores, na segunda-feira, dia 13 de julho, a partir das 5 da tarde, prestigiando este parintinense que nunca se esqueceu de sua terra natal e, sem pavulagem (rsrsrs), se orgulha de ser filho da Ilha de Tupinambarana ou “Ilha da Fantasia”.

OCTAVIO José PESSOA Ferreira



segunda-feira, junho 8

“CAUSOS AMAZÔNICOS” 2ª. EDIÇÃO LANÇADO EM MANAUS.

Desembargador David Mello Junior e Professora Neiza Teixeira

                    

             O “Causos Amazônicos” 2ª. Edição foi lançado na sexta-feira, 5 de junho, na Livraria Valer, da Rua Ramos Ferreira, 1295, em Manaus, Amazonas.


 O evento foi aberto pela Professora Neiza Teixeira, que falou pela empresa e, na sequência o amigo desembargador federal do trabalho David Mello Junior saudou-me, ressaltando os vínculos que nos unem e sua admiração pelo texto dos “Causos Amazônicos”. Concluiu sua fala, ofertando-me um exemplar do livro “Manaus Amor e Memória”, do amazonense de Barreirinha, Thiago de Mello.
 Na dedicatória David registra de forma poética minhas ligações com Manaus, “sua capital por nascimento”, com Belém, “sua capital por encantamento, mas que hoje lhe saúda por seu conhecimento” e com Parintins, “Sejam seus causos um enredo, / fontes de vida e alegria, / reflexo da Ilha da Fantasia, / Parintins, sua terra amada / por mim adotada, / por suas cores e magia”.



          Agradeci à Livraria Editora e Distribuidora Valer, por acolher o lançamento de meu livro em Manaus e ao amigo David por suas gentis palavras e pelo significativo presente, antes de discorrer sobre o processo de criação dos Causos Amazônicos. Na sequência vieram os autógrafos e depois um coquetel para os presentes.
          Registro aqui meus agradecimentos especiais a dois conterrâneos que tiveram papel crucial para a realização do lançamento. O amigo May Freitas, que fez os contatos iniciais com a Livraria Valer, que por motivos de saúde não pode estar presente no lançamento e o Sérgio da Silva Reis, amigo, vizinho e colega de classe nos tempos de Curso Ginasial, no Colégio Nossa Senhora do Carmo, em Parintins, hoje radicado em Manaus, que me ajudou significativamente na divulgação do lançamento.

Sérgio da Silva Reis
            Agradeço a todos os amigos e amigas que compareceram ao lançamento de Manaus, na sexta-feira seguinte ao feriado do Corpus Christie, numa demonstração inequívoca de prestígio a este caboco que a partir de agora se volta para o futuro lançamento em sua terra natal, o que se dará durante a festividade da padroeira de Parintins, Nossa Senhora do Carmo, que vai de 6 a 16 de julho. Tudo com o imprescindível apoio do prefeito municipal Carlos Alexandre Ferreira da Silva e da Academia de Letras de Parintins, que tem na presidência o advogado Narciso Prestes Picanço.   

quarta-feira, maio 27

PRESO ODILON ROCHA DE SANSÃO, O VEREADOR QUE SE VANGLORIOU DE SER CORRUPTO.



         De parabéns o Ministério Público do Estado do Pará que na sua Operação Filisteu prendeu o vereador de Parauapebas/PA Odilon Rocha de Sansão, do partido Solidariedade. Trata-se daquele parlamentar que no mês de abril questionou o valor do salário de vereador no município, e afirmou que com os vencimentos percebidos na Câmara de Parauapebas (com todas as mordomias, R$ 13.800,00) o vereador só sobreviveria se corrompendo. Falava em causa própria.
    Na ocasião percuti o assunto nas mídias sociais, externando a necessidade de políticos desse naipe serem expelidos da decadente política brasileira.
     Pra felicidade dos brasileiros que ainda não perderam a capacidade de indignação, a operação Filisteu do Ministério Público, que investigou um esquema de fraude em licitações e superfaturamento de terrenos desapropriados pela prefeitura de Parauapebas, além de emissão de notas fiscais frias e desvio de recurso público entre os membros da câmara e empresários da região, mandou Odilon para o xaxado.
       Resta agora o MP assumir até o fim a postura de Golias e pedir a cassação de Odilon que carrega em seu nome o do personagem bíblico Sansão. E o Sansão “no tucupi” também é um homem forte. É um rico empresário que tem recursos de sobra pra pagar um bom advogado o que é um direito dele, mas as provas contra ele são indiscutíveis e a sua arrogância, uma confissão de culpa. Deve também o Ministério Público pedir a cassação do mandato de Odilon Sansão e o Judiciário paraense agir coerentemente proferindo e ratificando decisão condenatória, concorrendo assim para a limpeza da política paraense.
    A operação realizada pelos promotores de justiça Hélio Rubens, Paulo Morgado Junior, Franklin Jones, Eduardo Falessi, Milton Menezes, Harrison Bezerra, Arnaldo Célio de Azevedo, Raimundo Aires, Daniel Barros e Augusto Sarmento e pelo procurador de justiça Nelson Medrado adotou um nome bem adequado. Os Filisteus eram um povo que dentre outros costumes tinha um que se destacava, o de comer porcos, o que era proibido entre os hebreus.
      FIQUEMOS DE OLHO PRA NÃO DEIXAR ISSO DE GRAÇA.

domingo, março 22

SERÁ SOPHIA UMA MENINA ÁRVORE? A obra de Daniel da Rocha Leite pela ótica de uma criança.




         A garota do vídeo é a Sophia Cuvello Lopes a quem presenteei com o livro “A Menina Árvore” do amigo Daniel da Rocha Leite. Não tive dúvida de dar o meu exemplar autografado, quando percebi o interesse dela pela leitura.

          “A Menina Árvore” é o segundo volume da Coleção Livro Lamparina que o Daniel iniciou há dois anos com o excelente primeiro volume “A História das Crianças que Plantaram Um Rio” sobre o qual falei neste blog com o livro ainda inédito.

          Dei “A Menina Árvore” para a Sophia na visita que ela e a mãe, que é minha sobrinha, me fizeram neste meu longo “exílio” de Belém, em terras cariocas. E a tia coruja Augusta Maria sugeriu à sobrinha que escrevesse um comentário sobre a obra.  Ela fez melhor. 

        Senti-me gratificado ao receber essa mensagem de voz e imagem da bela Sophia com as impressões dela acerca do texto do meu dileto amigo Daniel Leite. A sensibilidade de Sophia impressiona e encanta a gente. Ela “sacou” coisas que me “passaram batidas” nas duas vezes que eu li a obra. Coisas de criança.

       Sophia Cuvello Lopes, 9  anos, estuda a quarta série do ensino fundamental na escola do SESI, Serviço Social da Indústria, de São Caetano do Sul/SP, onde mora com os pais Maurício e Laura Cristina. 

         Melhores informações sobre a Coleção Livro Lamparina, "A História das Crianças Que Plantaram Um Rio" e o autor, em:
http://blogdooctaviopessoa8.blogspot.com.br/2013/02/bem-vinda-colecao-livro-lamparina-mais.html

P.S: Participação incidental da cadelinha Laly na gravação do vídeo

PERFORMANCE BOND, uma proposta de solução para as licitações públicas




          O acirramento da crise econômica, política e institucional que ora vivemos tem na minha avaliação, a atual sistemática de licitação de obras públicas no Brasil como uma de suas causas determinantes. Penso eu que a PERFORMANCE BOND é uma solução viável para reverter a realidade das obras inacabadas ou superfaturadas e dos escândalos de corrupção.

          PERFORMANCE BOND é um seguro que cobre 100% do valor da obra contratada. Na falência ou inidoneidade da empresa ou se ela não concluir o projeto, cabe à seguradora terminar a obra. Na licitação, o poder público aceita a empresa licitante como idônea e a apreciação da capacidade dela e de seu acervo técnico cabe à seguradora, que arca com o prejuízo parcial ou total, se o projeto “fizer água”. Essa forma de contratação reduz o relacionamento promíscuo entre o público e o privado, porque entre o governo e a empresa está a seguradora, maior interessada em que a obra seja bem feita e concluída. Assim, a empresa contratada se reporta muito mais à seguradora do que ao seu contratante. É uma prática comum nos Estados Unidos, em países europeus como a Alemanha e a Áustria e em alguns casos no Japão.

    A adoção ou não dessa sistemática explica, por exemplo, a alta qualidade das rodovias daqueles países em comparação com o caos das nossas estradas, bem como a quantidade de “esqueletos” de obras públicas de todos os portes, em todo o Brasil.

                A PERFORMANCE BOND foi tema de discussão na apreciação do projeto que deu origem à Lei 8666/93, que regula as licitações no Brasil. Foi rejeitada especialmente pelos lobistas da construção civil a pretexto de que o mercado das seguradoras ficaria com poder excessivo. 

              Pela Lei 8666/93,  a construtora é obrigada a pagar apenas 5% da obra e  tem que apresentar uma série de atestados, o que originou a indústria da venda de certificados. A maioria dos projetos é de baixa qualidade e a fiscalização deficiente, em que pese a atuação dos órgãos governamentais de controle. Ordinariamente parte-se de um projeto com muitas indefinições o que leva a alterações no curso da execução da obra e à majoração dos preços, por meio dos termos aditivos. Empresas ganham licitações por preço baixo e quase sempre não terminam as obras. A ingerência política é outro fator prejudicial nas licitações e na execução das obras públicas no Brasil.

      Os fatos envolvendo diretores da Petrobrás (que por sinal, está liberada de seguir as regras da Lei 8666/93), parlamentares, governadores, dirigentes partidários e doleiros é apenas o exemplo mais recente e escabroso que induz à necessidade de se rever a sistemática de licitações no Brasil. Sabe-se também que o desvio de recursos públicos, em outras palavras a corrupção não é “privilégio” da Petrobrás. Ela grassa nas máquinas públicas federal, estadual e municipal, na maioria das instâncias e setores da administração pública.

    A liberdade de criticar e de emitir opinião deve ser exercida e respeitada numa Democracia, não cabendo patrulhamento quanto às opiniões que desagradam os grupos no poder e os militantes dos partidos que os sustentam. Agora, além das críticas e posições divergentes, devemos oferecer propostas concretas ao aprimoramento de nossas instituições, na busca de rumos e soluções para o país.

    Com este propósito coloco-me junto aos que defendem a PERFORMANCE BOND como uma alternativa válida ao aperfeiçoamento do processo de licitação e que,  uma vez adotada, poderá trazer resultados concretos e inaugurar um nova fase na qualidade das obras públicas brasileiras.


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