O "Causos Amazônicos" 2a. Edição Será apresentado na Feira de Livros que ocorrerá durante o V Colóquio
Internacional de Literaturas Amazónicas/CILA, em Lima/Peru, de 14 a 16 deste
mês de julho.
O CILA visa incrementar a literatura produzida na Pan-Amazônia e foi realizado pela
primeira vez há cinco anos, em Lima, capital do Peru. A partir da segunda
versão passou a homenagear um escritor relevante das letras amazônicas. O
homenageado deste ano é Juan Rodríguez Pérez, um escritor que criou um universo
próprio ambientado no alto Hualga, região de San Martin e nos setores mais degradados da
cidade de Lima. É um escritor nato de estética pessoal cujo universo literário
é um dos mais ricos da literatura peruana contemporânea.
No Colóquio, o Professor da UFPA, Pós
Doutor, poeta e escritor Benilton Cruz comunicará uma pesquisa sobre Mário Faustino. Mais precisamente as vozes
dos romanceros no poema de Faustino, O Romance, inserido no livro o Homem e sua
Hora, de 1955. Nesse poema há muitos traços da musicalidade dos romances em
versos da bela tradição ibérica dos romanceros (Espanha) romanceiros
(Portugal), pequenos poemas narrativos em versos, rimados e metrificados cujo
conteúdo gira em torno do amor e sua natureza trágica, diz Benilton.
Na Feira de Livros do V CILA, o intelectual
paraense apresentará seu novo livro “Espólios para uma Poética- Lusitanias Modernistas em Mário de
Andrade”, recém-lançado pela Paco Editorial de São Paulo, e o “Causos
Amazônicos”, 2ª. Edição, de minha autoria, editado pela Paka-Tatu, de Belém do
Pará, que lá ficarão disponíveis para venda.
Em “Espólios para uma Poética- Lusitanias
Modernistas em Mário de Andrade” Benilton comprova
que por detrás do experimento modernista existe a legitimação do português como
língua de prestígio, rememorada da época de expansão do longo século XVI, -
língua essa que não vem sozinha em seu destino de desbravar a continentalidade
brasileira - ela recupera e acende o veio cultural lusitano que vai se somar ao
conjunto das outras tradições da multiculturalidade brasileira.
Como fez no Café Santa Cruz,
de Coimbra, Portugal, em novembro do ano passado, Benilton apresentará ao
público do V CILA, o Causos Amazônicos, de que ele enfatiza “essa linguagem utilizada por Octavio, ainda
muito impregnada dos primeiros colonizadores portugueses que foram
conquistadores, navegadores, gente de coragem na travessia ao Novo Mundo, e
isso com certeza a língua portuguesa não esquece”. Refere-se Benilton a termos
do homem simples da Amazônia que eu uso até por ser um deles, “ilharga” por
exemplo, que na sua singeleza remete à
linguagem dos navegantes e colonizadores.
A apresentação por Benilton da obra e do autor do
livro “Causos Amazônicos” naquele tradicional espaço onde se reúne a fina flor
da intelectualidade portuguesa facilitou sobremaneira minha comunicação com o público após a apresentação e também, nos diálogos posteriores.
Benilton e eu poderemos estar juntos na
próxima edição do CILA e, como ele diz e eu concordo plenamente “agora vamos
conquistar literalmente a literatura Pan-Amazônica”.
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