Quem
pensou que a derrota da trupe bolsonariana para as forças que impediram o golpe
contra as instituições democráticas brasileiras, perpetrada na semana passada significaria
seu aquietamento, enganou-se. Isso depois da pantomima da troca do ministro da
saúde em plena pandemia do Coronavirus.
A
sobrevivência do bolsonarismo depende desses episódios planejados com detalhes
pelo que está sendo conhecido como gabinete do ódio encastelado no Palácio do
Planalto, para manter a serviço do “mito” a parcela acrítica do eleitorado
brasileiro que faz o jogo com precisão e continua endeusando o chefe.
O
episódio da ordem do dia é o rocambolesco discurso do funcionário de terceiro
escalão guindado a ministro das Relações Exteriores (Chanceler do Brasil),
Ernesto Araújo, ideologizando o Coronavirus que estaria a serviço do comunismo
internacional. Afirmação que não resiste à análise mais superficial que seja
por falta de substância.
Não
à toa entre os diplomatas sérios e competentes do Palácio do Itamarati, Ernesto
Araújo é conhecido como Beato Salu. Pra quem não sabe, Salu era um personagem de
uma das novelas do saudoso Dias Gomes (Roque Santeiro, se não me engano) caracterizado
como uma espécie de Antônio Conselheiro, o líder da Revolução de Canudos. Salu
em seu discurso não dizia coisa com coisa, era capaz de confundir a grande obra
do mestre Picaço com a grande pica de aço do mestre de obras. Apelido muito bem
aplicado.
Preparem-se. Quando as repercussões negativas do discursóide se acentuarem e o “chanceler” proporcionar outras estultices à frente de um Ministério que já teve à frente prsonalidades do quilate de Afonso Arinos de Melo Franco, Otávio Mangabeira e Innocêncio Serzedello Corrêa e tantos outros, ele será substituído. Quem sabe por outro do mesmo naipe. A ver.
Mas com certeza a idiotice do virus a serviço do comunismo internacional não será o o último capítulo da tragicomédia operada por Salu. Outros episódios virão cada
vez mais grotescos. Aguardem.
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