Daniel da Rocha Leite |
Para
quem “Escrever para criança é sonhar junto com ela um primeiro
sonho” e literatura de criança é sonho e não cartilha, porque “mais tarde
este sonho, se bem sonhado, ajuda a afirmar outros sonhos”, conversar à luz de uma
lamparina, com um menino marajoara, que disse gostar de ler e que vive
intensamente as histórias que lê, foi o necessário para trazer à luz, livros
que contam histórias de rios, gentes e esperanças. O que se deu com o escritor
e poeta paraense, Daniel da Rocha Leite, numa noite de “apagão”, em Soure, no
Marajó.
Os nativos acenderam
suas lamparinas e Daniel ficou acordado, “vendo o rio passar à minha frente,
ele, o rio e as suas costas prateadas”. A experiência
foi tão intensa, que o escritor trouxe um daqueles rudimentares instrumentos de
iluminação, pra guardar para sempre as imagens daquela noite. E a conversa com
o caboclinho despertou ideias para a Coleção Livro Lamparina. “Seja diante das chamas tremeluzentes do fogo
da luz de uma lamparina, numa casa de rio, ou sob a luz branca de um
apartamento, desde o início, até o para sempre, viver é contar histórias”, diz
Daniel.
No
primeiro volume da Coleção Livro Lamparina, A História das Crianças que
Plantaram Um Rio, Daniel desenvolve seu lirismo “quase sacro”, identificado
pela autora de ensaios sobre teoria literária, Lilia Silvestre Chaves, no
prefácio do livro “Peso Vero”, também de autoria de Daniel Leite, em parceria
com o poeta Paulo Vieira.
Prosa
e poesia misturam-se e completam-se no texto de Daniel, com profundo sentimento,
sem cair no sentimentalismo piegas. A História das Crianças que Plantaram Um
Rio é uma leitura acessível e apaixonante, que provoca encantamento do início
ao fim. É uma história de Vida, numa época em que a morte da natureza é recorrente
nos noticiários. Nela o autor sublinha o que mãos de criança, de qualquer idade,
podem fazer em prol da humanidade.
Com
a Coleção Livro Lamparina, que tem ilustrações de Maciste Costa, Daniel realiza
o sonho de dedicar-se mais à literatura infantil. Com o livro infanto-juvenil
“Procura-se um Inventor”, desenvolvido a partir da pergunta de uma criança, “quem
inventou as palavras?”, Daniel recebeu o prêmio “Rafael Costa”, da Academia
Paraense de Letras. E com sua extensa obra em poesia, contos, crônicas e
romances, o autor recebeu diversos prêmios, a exemplo do “Girândolas”, ganhador
do Prêmio Samuel Wallace Mac-Dowell, da APL, em 2008.
O primeiro livro lamparina será
lançado no dia 04 de outubro deste ano, a sete dias do Dia das Crianças e uma
semana antes do encontro do povo paraense com sua padroeira, Nossa Senhora de
Nazaré, diz o autor. O local ainda não está definido, mas tanto o Banco da Amazônia, quanto
a Secretaria de Cultura do Estado do Pará, já sondaram Daniel, quanto ao
futuro lançamento.
No que depender de Daniel, o livro
será lançado também, em Soure. Afinal, diz ele, foi lá que tudo começou. O que
é certo, é que haverá doações para escolas públicas, concretizando o sonho do autor,
de “dividir o Pão da Palavra”.
A Coleção Livro Lamparina foi um dos
projetos culturais selecionados pelo Edital de Patrocínios, do Banco da
Amazônia, de 2012, para projetos a se realizarem em 2013. Entre os mais de
quatrocentos apresentados, foram selecionados por aquele Edital, 41 projetos de
natureza cultural, 24 de cunho social, 17 da área ambiental, 55 voltados para exposições
e 5 de caráter esportivo. Todos de pessoas e entidades dos diversos Estados da
Amazônia Legal.
O Edital de Patrocínio é uma
modalidade de seleção pública, disciplinada pela Instrução Normativa nº 01/09
da Secretaria de Comunicação Social – SECOM, da Presidência da Repúbica, que
conceitua o patrocínio como “apoio financeiro concedido a projetos de
iniciativas de terceiros, com o objetivo de divulgar atuação, fortalecer
conceito, agregar valor à marca, incrementar vendas, gerar reconhecimento ou
ampliar relacionamento do patrocinador com seus públicos de interesse”. Nos
editais de patrocínio, do Banco da Amazônia, evidencia-se o prestígio a
projetos que valorizem o que é legitimamente amazônico e favoreçam a cidadania
das comunidades carentes.
Dom da palavra, Arte e prosa poética, Natureza viva, Imaginação fértil, Esperança e fé, Legado de cultura e saber amazônico. Aplausos antecipados no aguardo da luminosa Lamparina.
ResponderExcluirAna celeste, seu comentário é um estímulo pra eu continuar. E as observações que vc faz ao estilo do nosso amigo Daniel, com as consoantes evidenciadas formando o nome dele, revelam a sua sensibilidade e a habilidade para escrever acrósticos um beijo.
ExcluirNão dá para falar em Daniel da Rocha Leite sem cometer pleonasmo. Redundante, também, é falar da excelência do trabalho de Maciste Costa, um dos mais completos artistas plásticos destas ribeiras. Que venha, pois, essa Lamparina mágica para alumiar nossos sonhos.
ResponderExcluirMestre Jura, seu comentário enriquece este blog. Um grande abraço, amigo.
ResponderExcluiroi
ResponderExcluirNossa ele é um divo demais adorei :)
ResponderExcluiresse livro e muito irteressante!! ooooooooooooooooooo
ResponderExcluirvc ta doida eu sou a delegada
ResponderExcluirGostaria muito de adquirir este livro.
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