quarta-feira, março 9

NEM SÓ DE CARNAVAL VIVE O HOMEM

Esta minha estada no Rio de Janeiro tem sido pródiga em vivências diversas. Na realidade, não vim para cá, pelo Carnaval. O que me trouxe foi a necessidade de tirar um Visto Americano de Estudante, para poder realizar uma imersão em Língua Inglesa, na cidade de Ithaca, estado de New York, nos Estados Unidos, de abril a julho deste ano. Missão cumprida. Na quinta-feira passada, eu e minha esposa, Ana Celeste, fomos entrevistados e “aprovados”.
É isso aí. Como costumo dizer, quem não fez intercâmbio na adolescência, não pode perder a oportunidade de imergir noutra cultura e aprimorar a segunda língua, quando já está “estratificado no tempo”, como dizia um ministro do Tribunal de Contas da União. E na medida em que o TCU, onde ainda trabalho, me concedeu Licença Capacitação, sinto-me no dever de fazê-lo. Afinal, todos os custos serão integralmente pagos por mim, receberei apenas meus vencimentos, como manda a Lei. Além disso, falta pouco prá eu encerrar meu ciclo de vida como servidor do Estado brasileiro e ainda me sinto com muito vigor e amadurecido para outros vôos.
Retornando ao Carnaval. Na verdade, nunca fui muito disto. Mas, na medida em que estou no Rio de Janeiro, não posso me furtar a vivenciar a época, ainda que este ano o clima não tenha ajudado muito. A frente fria estacionada sobre grande parte do país repercutiu muito sobre o clima carioca. Nada de Rio 40 graus. Muita chuva e muita umidade. Parece até que trouxemos a chuva de B elem.
Assim aproveitamos nossa estada, para fazer também, outras coisas que nos agradam. Prá começar, na própria quarta-feira passada, fomos a um espetáculo de jazz, no TribOz, um lugar aconchegante e singelo, na Lapa prá variar. Tivemos oportunidade de rever a americana/brasileira Alma Thomaz, que já havíamos conhecido no extinto Baiacool Jaz, do amigo Mini Paulo. Na realidade, o TribOz é um Centro Cultural Brasil-Austrália. Prometo mais na frente, um post exclusivo sobre esse assunto.
Particularmente, li uma obra daquelas que nos preenche, faz-nos refletir sobre quem a gente é e o que ainda pode ser, mesmo estando “avançado no tempo”. Li, em dois dias, as 331 páginas do recém-lançado livro de Jason Tércio “Segredo de Estado – o desaparecimento de Rubens Paiva”. Claro que eu já conhecia o episódio do “desaparecimento” de Rubens, ex-deputado federal, cassado e retirado de seus direitos políticos pelo regime militar de 1964, engenheiro e empresário bem sucedido, morador do bairro classe média alta do Leblon, no Rio de Janeiro, que foi arrancado literalmente de dentro de sua casa, na presença de sua família, sem culpa formada e torturado nas masmorras do regime até a morte e, o pior, “sumiram” com o seu corpo. Gratificante por abordar “de frente” um assunto tabu, a leitura nos coloca a par da tragédia de uma família , com a descrição sumária das agruras por que passou Rubens, sua esposa e uma das filhas. O livro tem tudo para virar filme. Excelente sugestão de leitura.
A experiência que não gostaria de ter tido neste Carnaval, foi o conhecimento, por telefone, da morte de um sobrinho, por parte da minha esposa, em Tucuruí/PA. Jovem de 21 anos, querido pelos colegas e pela comunidade, um futuro promissor pela frente. Enfarto fulminante. A notícia nos leva a antecipar nosso retorno a Belém. Que Deus te tenha, Felipe! Faremos tudo para estarmos presentes em tua missa de 7º Dia.