quarta-feira, outubro 31

“Causos Amazônicos” será lançado em Paragominas




  
No próximo sábado, dia 3, a partir das 7 da noite, estarei autografando meu livro de crônicas, "Causos Amazônicos", no Estande do Autor Paraense, do I Salão do Livro da Região do Capim, que se realizará em Paragominas, até o dia 11 de novembro.

O Salão do Livro da Região do Capim é uma ação da Feira  Pan-Amazônica do Livro, iniciativa do Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Cultura-Secult, que ocorrerá pela primeira vez  naquela cidade, polo da Região de Integração do Rio Capim, que engloba, além de Paragominas, os municípios de Abel Figueiredo, Aurora do Pará, Bujaru, Capitão Poço, Concórdia do Pará, Dom Eliseu, Garrafão do Norte, Ipixuna do Pará, Ourém, Rondon do Pará, Tomé-Açu e Ulianópolis. Funcionará, diariamente, de 9 da manhã às 10 da noite, no Parque Ambiental Municipal. 

Paragominas, junção de Pará, Goiás e Minas, em razão da expressiva presença de  goianos e mineiros, na região do rio Capim, em sua fase pioneira, no final dos anos 50 do século passado,   fica a aproximadamente 350 Km de Belém e é acessada pelas BR-316, BR-010 (Belém-Brasília) e PA-125, para quem se desloca da capital paraense.  

          Município autônomo, desde 1965, desmembrado parcialmente de áreas de São Domingos do Capim e de Viseu, Paragominas ocupa uma área de 19.395,69 km², com uma população de quase cem mil habitantes, e tem hoje, sua economia fundamentada significativamente na exploração de minérios, com destaque para a Vale, na industrialização da madeira, além da tradicional pecuária de corte. A cidade está bem organizada, para ela afluindo gente dos mais diversos recantos do Brasil, a maioria não pretendendo voltar a seu lugar de origem, dadas a qualidade de vida que se desfruta em Paragominas.  


Vista aérea do centro de Paragominas


sexta-feira, outubro 12

Barqueiros de Amor e de Fé


Antonio Juraci Siqueira, o Boto.

Neste Círio, compartilho com meu leitores, esta belíssima Poesia do Mestre Jura:


Barqueiros de Amor e Fé

I
Senhora do Amor Eterno,
em Vossa barca de flores,
volvei-nos o olhar materno,
rogai por nós, pescadores,
nas lutas do dia a dia
pelo pão da poesia
num mar de risos e dores.

II
Nesse rio de romeiros
nossa fé em Vós revoa;
somos todos canoeiros
a remar, com Deus à proa,
nessa igarité tão linda
que o povo chama Berlinda
e vos serve de canoa.

III
Pelas marolas da vida,
envoltos em nossos ais,
em Vós buscamos guarida
aportando em Vosso cais
- porto seguro e divino -
para atar nosso destino
no esteio de Vossa Paz.

IV
Seguimos nossos caminhos,
Senhora de Nazaré,
nós, humildes ribeirinhos
remando contra a maré
rio abaixo, rio acima
na barca que nos anima
onde embarca a nossa fé.

V
Nas rabetas, nas bajaras,
nos cascos, nas montarias,
nos batelões, nas igaras,
vencendo marés bravias
descem cargas de bonança
trazendo amor e esperança
em eternas romarias.

VI
Guiai os nossos barqueiros
com suas cargas de sonhos,
nossos produtos brejeiros,
de artesãos belos, risonhos
e os livrai das emboscadas,
das abordagens tramadas
por malfeitores medonhos.

VII
Virgem Mãe dos construtores
das nossas embarcações,
aliviai suas dores
dai paz em seus corações
para que sem sacrifícios
possam passar seus ofícios
às futuras gerações.

VIII
Ó, Virgem Santa, coloque
Vosso manto sobre nós
pondo em cada roque-roque
a voz dos nossos avós
junto aos sons da Natureza
emprenhando de beleza
este mundo grave e atroz.

IX
Eliminai nossos medos
nos dando um novo sentido,
nos fazei vossos brinquedos
de miriti colorido.
Livrai o meio ambiente
desse monstro poluente
que é o Capital atrevido.

X
E ao final desta jornada,
em prol do Supremo Bem,
Santa Mãe Imaculada,
olhai por nossa Belém!
Abençoai vossos filhos
direcionando seus trilhos
para todo o sempre. Amém!

Antonio Juraci Siqueira

quarta-feira, outubro 10

A FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO E EU




          A XXVI Feira Pan-Amazônica do Livro encerrou-se no domingo, 30 de setembro, repetindo o sucesso de todas as edições desse evento literário, que ocorre todos os anos, em Belém do Pará. Minha relação com ela foi gratificante e promissora.

           Comprometido com a organização do “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças”, evento da Amazônia, que se realizou no sábado, dia 29 de setembro, e que, graças a Deus, foi um sucesso, não pude, este ano, fazer o que sempre fiz, nas edições anteriores da Feira Pan-Amazônica do Livro e sempre faço em eventos semelhantes: ficar pelo menos um dia inteiro, sozinho, “garimpando” títulos interessantes. Ainda assim, comprei pelo menos meia dúzia de livros. Tenho literatura “de sobra”, para ser degustada por muito tempo. E o que é melhor: literatura paraense contemporânea. E de qualidade.


Com Roberto Carvalho de Faro
                Estive na Feira, em duas ocasiões, especialmente para prestigiar amigos “do peito”. Primeiro, o imortal Roberto Carvalho de Faro, que teve seu livro “Arrastado pela Correnteza”, lançado pela Academia Paraense de Letras. Essa obra que já foi objeto de matéria específica neste blog. Prestigiei também a noite de autógrafos, das obras do amigo e irmão de alma e de sonhos, Daniel Leite. “Girândolas” eu já “consumi”, nestes poucos dias. Leio agora, outro livro de Daniel, o AVE EVA, e já está na fila de leitura, o ELAS. Todas, obras “de primeira”. Imperdíveis. Recomendo.

                Mesmo sem tempo para me “perder” entre as obras da Feira Pan-Amazônica e nos eventos especiais da sua programação, tive a felicidade de assistir no domingo de abertura, a homenagem ao falecido maestro e compositor santareno, Wilson Fonseca, feita por seus familiares e admiradores, no ano do Centenário de Isoca, como conhecido por seus conterrâneos.  Com seminário sobre o conjunto da vastíssima obra do Maestro, que vai da música sacra à popular, inclusive o Hino de Santarém, e apresentação de algumas dessas obras. Os presentes naquele auditório comoveram-se com a emoção do desembargador federal do trabalho, Vicente Malheiros da Fonseca, filho de Isoca e também compositor, especialmente ao descrever os últimos momentos de vida do Maestro, ocasião em que ele, Vicente, compôs um réquiem para o pai.

                A Feira Pan-Amazônica do Livro deste ano marcou também,  minha estreia no Estande do Autor Paraense, graças ao empenho do Daniel Leite, que no “apagar das luzes”, conseguiu inserir o meu livro “Causos Amazônicos”, dentre as obras expostas naquele Estande. Uma experiência marcante para mim, que me levou a posicionar-me junto aos organizadores, para que o “Causos Amazônicos” esteja noutras Feiras e noutros espaços futuros.

                Na noite do encerramento, encontrei-me no Estande do Autor Paraense, com o meu amigo Giovanni Miléo, consultor e autor do livro “Automotivação e Linguagem Corporal”, dentre outras obras. Cada um de nós comprou o livro do outro. Logo na segunda-feira, pela manhã, recebi e-mail do  Giovanni, com o seguinte comentário:

               Bom dia, Octavio!
  
                   Meu amigo, comecei a ler o seu livro e tenho me divertido muito.

                   Você escreve muito bem. O texto é dinâmico, leve, gostoso de ler.

                   E como é bom ler um texto com o nosso cenário e o nosso vocabulário.

                   Excelente livro, e para mim, de agora em diante, tenho você como um Veríssimo da Amazônia.

                   Parabéns, o livro está excelente.

                  Pode seguir na carreira que você tem talento. Dá show.

                  Conte comigo.

                   Um forte abraço e fique com Deus.”


                Dá pra ver que o Giovanni foi generoso comigo. Eu, um Veríssimo? Diante do cronista gaúcho, não passo de um escritor “liliputiano”, como descrevo o personagem Little Box, na crônica “O Pequeno Caixa so London Bank”, no “Causos Amazônicos”.

Giovanni, agradeço de público, seu incentivo. Palavras como as suas estimulam a gente. De tal maneira que me sinto motivado a confessar que já estou “gestando” minha primeira obra de ficção. Como sempre, situada na Amazônia. Bem como, tenho um tema para um ensaio, também de interesse para o povo paraense, especialmente o de Belém. Tudo matéria para ser desenvolvida, a partir de 2013, quando já aposentado do TCU, pretendo dedicar-me à literatura e à comunicação.

Um abraço amazônico em você, Giovanni, e em você, leitor. Um Feliz e Abençoado Círio de Nazaré, para todos nós!
                               


domingo, outubro 7

“100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças”, uma experiência que veio para ficar




Michel Rothemberg
         “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças”  nasceu ano passado, nos Estados Unidos, fruto da ideia dos poetas e ativistas Micahel Rothenberg e Terry Carrion de, num determinado dia do ano, poetas, escritores, músicos e outros criativos, dos mais diversos lugares do mundo, reunirem-se para declamar, ler textos, cantar e fazer outros tipos de apresentações artísticas, buscando a interação com o público, em torno da busca da Paz mundial, da sustentabilidade do planeta e de outros temas afins.  
            

Terry Carrion
      
                
       Este ano, a data escolhida foi o sábado, dia 29 de setembro passado. Dentre os mais de oitocentos eventos ocorridos, em mais de cem países do mundo, destacou-se, segundo os idealizadores, o Evento da Amazônia, que aconteceu no Anfiteatro São Pedro Nolasco, da Estação das Docas, em Belém do Pará.




Anfiteatro S. Pedro Nolasco
 
     Para os realizadores locais, os poetas e escritores, Benny Franklin, Antonio Juraci Siqueira,  Daniel Leite, Jorge Andrade, Octavio Pessoa e o imortal Roberto Carvalho de Faro, que teve participação especial, nas reuniões preparatórias e na própria realização do evento, como piloto, o programa foi aprovado e já se movimentam em torno do evento de 2013 do “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças”



                
Antonio Juraci Siqueira

Relembrando meus tempos de locutor de rádio AM, na minha juventude, conduzi a programação do “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças”, aberta pelo poeta Antonio Juraci Siqueira, com o seu poema “Canção para fazer da Paz um Verbo”. 



Daniel Leite


Na sequência, o poeta e escritor, Daniel Leite, idealizador da semântica do evento, explicou ao público, o sentido de “Fazer da Paz um Verbo”.



   
         Quase duas dezenas de poetas, escritores e cantores sucederam-se no palco, que teve como cenário, figuras do imaginário e da realidade amazônica, como a cobra grande, o boto e o búfalo marajoara. 


       O evento da Amazônia do “100 Mil Poetas & Músicos Por Mudanças” teve também a presença inevitável da chuva do verão amazônico, o que, para poetas, não é motivo de desânimo. Pelo contrário. É pretexto para juntar-se ao público e tocar  informalmente a programação.

A chuva amazônica registra presença

           O público que lotava as arquibancadas do Anfiteatro São Pedro Nolasco misturou-se com os poetas, escritores e  músicos,  que prosseguiram informalmente com a programação, entre as mesas do Bar Marujo’s, da Estação das Docas.



Octavio Pessoa dirige-se a Juraci Siqueira. 
No Marujo's, eu li o poema “Desagravo ao Grande Poeta”, que fiz inspirado nas manifestações encaminhadas a Antonio Juraci Siqueira, após ter lido o livro “Descom/Postura Acadêmica”, em que Juraci compilou as manifestações de diversos intelectuais paraenses, depois da decisão da Academia Paraense de Letras que lhe negou assento de imortal. 


A decisão da APL, diga-se, não agravou tanto a Juraci, que nunca teve por projeto de vida ser imortal, mas principalmente à memória do imortal Alonso Rocha, cuja cadeira estava sendo disputada. Em vida, aquele acadêmico sempre externou o desejo de ser sucedido na APL, por Juraci Siqueira, numa justa homenagem ao conjunto da obra do Boto, como Juraci é conhecido. Desejo que foi expresso, nas exéquias de Alonso, por diversos familiares seus, na presença de tantos imortais.