quinta-feira, maio 31

“Causos Amazônicos” será lançado no dia 21 de junho.



           Definido. O lançamento do livro de crônicas, de minha autoria, “Causos Amazônicos” será lançado na quinta-feira, dia 21 de junho. O horário e o local serão os mesmos que estavam previstos inicialmente, para o dia 26 de abril: a partir da 19 horas, na livraria da Fox Vídeo, da Dr. Moraes.
            O lançamento não se deu naquela data, em razão do acidente doméstico que sofri, no dia 16 de abril, com fratura do tornozelo direito. A mais recente radiografia revela que o osso fraturado, fíbula (antigo perônio), já está 100% consolidado, tendo meu médico ortopedista, Dr. Hilmar Tadeu, autorizado a realização de fisioterapia digamos, hard, ou seja, em pé. Antes eram exercícios feitos no meu pé, comigo deitado ou sentado na cama, pelo competente fisioterapeuta Hugo Figueiras, que “já disse a que veio”.
            Como tenho certeza de que, no decorrer do mês de junho estarei me locomovendo, retomei as estratégias de  lançamento do livro, articulando com meu editor, Armando Alves Filho, diretor da Paka-Tatu e com a Deborah Eluan, da Fox Vídeo. Ficou assegurada a data de 21 de junho, para a noite de autógrafos.
O “Causos Amazônicos”, além da recomendação da professora Amarilis Tupiassu, inserida em postagem anterior, contém também, na orelha direita, as opiniões do falecido professor Meirevaldo Paiva e do professor Oswaldo Coimbra:



“Surpreso estou eu com suas belíssimas crônicas sobre o cotidiano de Parintins ou de Belém. Gostei demais das primeiras que eu li e acredito que as outras estejam no mesmo nível de observação e de estudo das pessoas e do mundo.”
        Meirevaldo Paiva (in memoriam)

“Não sou crítico literário, mas o acúmulo de experiência em lidar com a produção de textos - meus e dos alunos das faculdades onde lecionei - me permite identificar várias qualidades nos seus textos. Eles são claros, escritos numa linguagem correta, dotados de humor - uma qualidade rara - e, sobretudo, expressam certo enternecimento com a ‘comédia humana’, o que certamente distingue quem é verdadeiramente um escritor.”

Oswaldo Coimbra

Nas ilustrações, você vê a capa do livro com a as informações do lançamento e a foto da contracapa, que contém o resumo de minha biografia.

            Aguardo por você, na Fox da Dr. Moraes, no dia 21 de junho.

            Octavio Pessoa            


sexta-feira, maio 11

O DIA DAS MÃES: Drumond, eu e Santo Agostinho.



       O “Dia das Mães” é uma data que mexe com qualquer um de nós. Os que ainda  tem  mãe viva e também os que ganharam um anjo junto ao Senhor, na figura da mãe, que passou para o outro lado da Vida. Este é o meu caso.

     Pesquisando uma poesia, para homenagear as Mães, encontrei esta de Carlos Drumond de Andrade: 


MÃE, para sempre: 

Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.



          Li e reli diversas vezes e lembrei-me da mensagem que escrevi  e li aos presentes na Celebração da Esperança, no sétimo dia após a subida de minha mãe. Começo o texto, citando Drumond e encerro com um texto de Santo Agostinho, super adequado para fechar meu  texto, em que coloco exatamente o que penso da vida e da morte e ainda, deixo expresso quem foi a minha mãe, para mim e para todos seus filhos e filhas. Veja a mensagem:

Parentes e amigos,

O poeta Carlos Drummond de Andrade, num belíssimo poema sobre a lembrança daqueles a quem amava, imaginava-se num salão onde um banquete reunia todos os que já haviam partido e lhe eram próximos. Todos apenas esperavam por ele, inclusive sua filha única e muito amada, que ele descreve como “seu verso mais perfeito senão o único”

Penso ser da natureza deste mundo que nossos versos mais perfeitos também tenham que partir. Assim devemos encarar a Páscoa, a passagem da vida terrena para a Vida Eterna, ocorrida há sete dias atrás com a nossa querida mãe, YOLANDA PAULAIN FERREIRA- um grão de trigo que cumpriu a missão das Sagradas Escrituras, assim colocadas por João, capítulo 12, versículo 24 “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele fica só. Mas, se morre, produz muitos frutos”.

Estas palavras de Jesus são mais eloquentes  que qualquer tratado. Revelam o segredo da vida. Não existe alegria de Jesus que não seja fruto de uma dor abraçada. Não há ressurreição sem morte. Jesus fala de si mesmo e explica o significado da sua existência. São palavras que dão sentido à nossa vida, ao nosso sofrimento, à morte quando chega, como chegou para a mamãe. 

A fraternidade universal pela qual desejamos viver, a paz, a unidade que queremos construir ao nosso redor é um vago sonho, uma ilusão, se não estivermos dispostos a percorrer o mesmo caminho traçado pelo Mestre.

E a mamãe teve uma vida frutuosa. Ela não foi só um grão. Morreu e se transformou numa árvore generosa que deu muitos frutos. O mais lindo de todos, a nossa família. Que sempre esteve ao lado dela, celebrando a Vida, até o fim. Ela será sempre exemplo para todos nós, seus descendentes e todos os que privaram de sua convivência. Sua ausência será sentida, mas sua memória permanecerá em todos nós que fomos tocados por aquela vida tão simples, tão linda, tão honrada, tão digna.

Caríssimos, precisamos seguir acreditando e esperando que Deus, Aquele que nos contém, nos anima e nos protege, que Ele opere o milagre do tempo, transformando nossa dor em saudade. E, como o poeta, acreditemos na existência daquele salão, onde cedo ou tarde, nos reuniremos mais uma vez com aqueles que amamos. Pois o Amor, esta força fundamental, nos permite transcender o tempo e o espaço.

Concluindo, tenhamos certeza de que, lá de onde a mamãe está, ela, sorrindo, confirma estas palavras de Santo Agostinho: 
             
“A morte não é nada.
Eu somente passei para o outro lado do caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.
Me dêem o nome que vocês sempre me deram,
Falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,
Eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste,
Continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Orem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi,
Sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou,
O fio não foi cortado.
Por que eu estaria fora de seus pensamentos,
Agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho....
Você que aí ficou, siga em frente,
Linda e bela, como sempre foi, A VIDA CONTINUA.”